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O cenário sucessório da direita brasileira para as eleições presidenciais de 2026 ganhou novos contornos com o anúncio do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) escolhido pelo pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), como candidato do partido.
Uma análise publicada nas redes sociais pelo consultor e Executivo Eleitoral Wilson Pedroso ele sugere que “Tem algo muito estranho acontecendo na sucessão da direita” e que pode ser “a maior ratoeira da história do Brasil”.
A decisão, confirmada por Flávio em suas redes sociais, ocorre em meio a atritos familiares e levanta sérias dúvidas entre analistas políticos, que veem uma movimentação inusitada e potencialmente estratégica.
A indicação de Flávio como sucessor político foi revelada inicialmente pelo Metrópoles, na coluna de Paulo Cappelli. O senador, que visitou o pai na carceragem da Polícia Federal em Brasília na terça-feira (2), confirmou a missão com “grande responsabilidade”, classificando o pai como “a maior liderança política e moral do Brasil.”
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro manifestou apoio público ao enteado, apesar de um recente desentendimento familiar que ocorreu após ela condenar a aproximação do diretório do PL no Ceará com Ciro Gomes (PSDB).
“Que Deus te abençoe nesta nova missão pelo nosso amado Brasil. Que o Senhor te dê sabedoria, força e graça em cada passo, e que a mão d’Ele conduza o teu caminho para o bem da nossa nação,” escreveu Michelle em suas redes sociais, junto à nota oficial do PL sobre a candidatura.
Flávio havia afirmado à imprensa, após a visita ao pai, que as desavenças com a madrasta estavam resolvidas e que ambos haviam se desculpado.
Apesar do anúncio oficial e do apoio familiar, o consultor e Executivo Eleitoral Wilson Pedroso expressou profunda desconfiança sobre os movimentos recentes na sucessão. Em uma análise publicada nas redes sociais, Pedroso sugere que “Tem algo muito estranho acontecendo na sucessão da direita” e que pode ser “a maior ratoeira da história do Brasil”.
O consultor destaca o potencial eleitoral da ex-primeira-dama, que vinha ganhando força:
“Michelle Bolsonaro possui carisma, crescimento, base feminina, atenção da imprensa e respeito moderado”
Pedroso descreve a nomeação de Flávio como surpreendente: “Ai do nada.. Bolsonaro puxa a cadeira e anuncia Flávio Bolsonaro como sucessor. O Brasil assistiu como quem vê um gol anulado nos 45”.
O que mais chamou a atenção do consultor foi a falta de entusiasmo por parte dos principais líderes e influenciadores do próprio campo político.
“Nenhum grande líder vibrou, nenhum influenciador festejou. O anúncio caiu frio. Isolado. Enquanto isso a internet explodiu defendendo Michelle.”
Wilson Pedroso teoriza que a movimentação pode ser uma engenharia complexa para fortalecer Michelle. Ele argumenta que, na política brasileira, “ninguém troca o piloto na curva” sem um plano por trás.
Segundo Pedroso, a retirada de Michelle do auge de seu crescimento pode ter um efeito reverso.
“Quando o sistema tira alguém no auge… o país transforma essa pessoa em mártir. Mártir não desce, mártir sobe. E quando sobe, sobe fora da estrutura. É o tipo de crescimento político que nenhum [grupo] controla.”
O cálculo, sugere o consultor, pode ser: “Tira agora. Deixa o Brasil sentir falta. Deixa a dor virar narrativa. Deixa a narrativa virar número. Quando ela voltar… volta imbatível.”
Pedroso conclui a análise de forma incisiva, alertando: “Parece loucura? É política brasileira. […] E toda engenharia esconde uma ratoeira.”
Fonte: D24am.
