Com Bolsonaro já inelegível por conta de outra AIJE (caso da reunião com embaixadores de outros países), a coligação mira agora os filhos Flávio (senador pelo RJ) e Eduardo (deputado federal por SP), ambos investigados nessa AIJE e que são apontados como os planos B e C caso o ex-presidente não consiga se candidatar na eleição presidencial de 2026.
A Coligação Brasil da Esperança, que apoiou a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência nas eleições de 2022, apresentou um pedido ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para ampliar a investigação sobre a conduta de Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados durante e após o pleito nacional.
O objetivo é incluir novos elementos, provas e documentos obtidos pela Polícia Federal, que envolvem a tentativa de um golpe de Estado discutido em reuniões realizadas por Bolsonaro e membros do seu governo.
Entre os pedidos, destaca-se a inclusão de Flávio e Eduardo Bolsonaro nas investigações. As informações foram reveladas pela GloboNews.
A petição solicita o compartilhamento das provas já coletadas no inquérito criminal em tramitação no Supremo Tribunal Federal (STF) que apura a tentativa de golpe. O pedido inicial ocorreu em 2022, após manifestações no 7 de Setembro para apurar abuso de poder político e econômico.
Na época, após o desfile cívico em comemoração ao bicentenário da Independência, o então presidente Bolsonaro discursou para apoiadores, enalteceu ações do seu governo e atacou adversários, em Brasília e no Rio de Janeiro.
O pedido, que visa incorporar detalhes do inquérito 4874, em andamento no Supremo Tribunal Federal (STF), também requer a obtenção de dados complementares, como registros de geolocalização, para identificar outros participantes das reuniões que resultaram na minuta do chamado “decreto de golpe”.
Segundo os advogados da Coligação, Eduardo Bolsonaro teria atuado como articulador internacional para garantir que, caso o golpe fosse bem-sucedido, ele fosse aceito pela comunidade internacional. Já Flávio Bolsonaro seria apontado como responsável pela organização dos ataques às urnas eletrônicas e contra o Supremo Tribunal Federal, reforçando a narrativa golpista.
Caso o pedido seja aceito e as investigações avancem, os filhos de Bolsonaro poderiam se tornar inelegíveis em uma eventual condenação.
O nome de Flávio e Eduardo Bolsonaro é frequentemente citado como alternativas caso o ex-presidente Jair Bolsonaro seja impedido de concorrer à Presidência em 2026, devido à sua inelegibilidade.
Os advogados da Coligação Brasil da Esperança esperam que o pedido acelere o andamento do processo e resulte em uma decisão ainda antes das eleições de 2026.
Flávio e Eduardo não foram denunciados e não são investigados criminalmente. No entanto, os advogados da coligação de Lula esperam que o aditamento dê novo fôlego à ação, que está parada na Corregedoria do TSE.
Além disso, eles defendem no documento que os filhos do ex-presidente tiveram participação na trama golpista. Eduardo Bolsonaro é apontado na petição como o articulador internacional para que um eventual golpe fosse aceito, caso fosse bem sucedido. Já Flávio, sustentam os advogados, fez ataques às urnas e ao STF, ajudando a fomentar a narrativa usada pelos investigados.
Há também uma expectativa de que o discurso de anistia perca força caso a AIJE siga adiante e Bolsonaro seja condenado novamente por ser um processo mais robusto.
Com informações são de Globo News
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