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BRASIL – Cinco pessoas foram presas em flagrante na manhã de domingo (20) durante a segunda fase da Operação Gabarito Final, em Marituba, região metropolitana de Belém. A quadrilha tentava fraudar um concurso público com mini celulares para receber gabaritos das provas.

Os investigados foram detidos por fraude em certame público e associação criminosa. Um dos suspeitos chegou a jogar o mini celular no vaso sanitário e dar descarga na tentativa de se livrar do flagrante quando percebeu a presença de policiais civis disfarçados de fiscais.

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Esquema de funcionamento da fraude

O grupo criminoso utilizava professores especialistas que se inscreviam nos concursos e resolviam as provas. Conforme o delegado Joubert da Silva, da Delegacia de Estelionato e Outras Fraudes (Deof), “a prática dos criminosos consiste em utilizar professores que resolvem as provas e repassam os gabaritos, por meio de minúsculos aparelhos eletrônicos, aos candidatos à vaga”.

A quadrilha cobrava aproximadamente R$ 2 mil de cada candidato pelos serviços. Caso o candidato fosse aprovado no concurso, deveria pagar um valor adicional de R$ 20 mil. O esquema demonstrava alto grau de organização e sofisticação técnica.

Operação policial e prisões

A ação policial mobilizou 60 policiais civis divididos em equipes que atuaram de forma velada em mais de dez locais de prova. Os agentes ficaram disfarçados durante toda a aplicação do exame para flagrar os criminosos em ação.

Conforme o delegado Mhoab Khayan, titular da Superintendência Regional do Baixo Tocantins, “nós atuamos de forma velada em mais de dez locais de prova, e contamos com a participação de 60 policiais civis divididos em equipes”. Todos os presos foram apresentados na Divisão de Investigação e Operações Especiais (Dioe).

Histórico Criminal do Grupo

Esta não foi a primeira tentativa de fraude da organização criminosa. Em março de 2025, a primeira fase da Operação Gabarito Final já havia prendido 13 pessoas do mesmo grupo por tentativa de fraude em outro concurso público. Na ocasião, os suspeitos estavam com mini celulares escondidos em partes íntimas, roupas e calçados.

A investigação conduzida pela Deof e pela Superintendência Regional do Baixo Tocantins constatou que o mesmo grupo responsável pela tentativa de fraude em março voltaria a atuar no certame em Marituba. O núcleo da organização criminosa operava a partir de Abaetetuba, no nordeste do Pará.

Valores e Alcance das Atividades

Durante a primeira operação em março, as investigações apontaram que os valores cobrados chegavam até R$ 10 mil por candidato. O grupo já havia tentado fraudar outros concursos públicos no estado e atuava em várias cidades paraenses.

A organização criminosa demonstrava estrutura empresarial, com divisão de funções entre professores que resolviam as provas, operadores dos equipamentos eletrônicos e intermediários que faziam contato com os candidatos interessados no esquema.

Equipamentos Utilizados

Os mini celulares apreendidos eram dispositivos especialmente desenvolvidos para dificultar a detecção pelos equipamentos de segurança dos locais de prova. Além dos aparelhos minúsculos, a quadrilha também utilizava relógios digitais e celulares pessoais no esquema criminoso.

Os equipamentos permitiam comunicação em tempo real entre os professores que resolviam as questões e os candidatos dentro das salas de prova. A tecnologia empregada demonstrava o investimento feito pela organização para aperfeiçoar o método de fraude.

A operação contou com a participação de policiais da Dioe, das delegacias de Abaetetuba, Vila dos Cabanos, Acará, Moju e Igarapé-Miri, além do Núcleo de Apoio à Investigação de Abaetetuba e Delegacia de Homicídios de Abaetetuba.

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