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O aumento da tarifa de importação dos Estados Unidos a produtos brasileiros, imposto pelo presidente Donald Trump, tem o potencial de afetar quase 10 mil empresas brasileiras que exportam para o governo norte-americano.

Essas empresas, por sua vez, empregam 3,2 milhões de pessoas no Brasil.

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“O nosso desejo — que é um sentimento, acho que unânime no setor empresarial aqui no Brasil — é o de se buscar a construção de uma solução negociada entre os dois governos”, informou a Amcham Brasil, por meio de nota.

O texto prossegue: “e que aconteça de maneira a impedir um aumento tarifário, que teria impactos muito severos para a economia brasileira e também para a economia americana”.

A entidade sem fins lucrativos é apartidária e não possui vínculos ou recebe recursos financeiros de governos. Com a intenção de estimular o comércio com os EUA, ela possui mais de 3.500 empresas associadas.

A Amcham Brasil participou de reunião nesta quarta-feira (16) em Brasília com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin.

Em nota, a organização informou ter trazido, no encontro, a visão concreta de várias empresas sobre como elas avaliam o impacto dessas medidas para as suas operações.

“Nós esperamos que essa seja a via que aconteça [solução negociada], e o setor empresarial brasileiro e americano tem buscado contribuir com o governo brasileiro — e contribuir também do lado americano — trazendo essas suas percepções”, acrescenta a Câmara de Comércio.

Alckmin cita atuação de empresas dos EUA no Brasil

Nesta quarta, o vice-presidente e ministro Geraldo Alckmin lembrou que empresas norte-americanas que atuam no Brasil, como a General Motors, a Johnson & Johnson, a Caterpillar também teriam perdas com a imposição da tarifa de 50% anunciada pelo presidente Donald Trump a partir de agosto.

“Nós queremos todo mundo unido para resolver essa questão. E as empresas têm um papel importante, tanto as brasileiras, que, aliás tem empresa brasileira que tem indústria nos Estados Unidos, quanto as empresas americanas. A General Motors comemorou esse ano, participei do seu centenário no Brasil. A Johnson & Johnson tem 90 anos, a Caterpillar tem 70 anos, muitas delas exportam para os Estados Unidos”, disse o vice-presidente Geraldo Alckmin.

Ele reiterou o desejo do governo brasileiro de se buscar a “construção de uma solução negociada” entre os dois governos para evitar o aumento das tarifas.

“O setor empresarial brasileiro e americano tem buscado contribuir com o governo brasileiro e contribuir também do lado americano, trazendo essas suas percepções”, acrescentou Alckmin.

Segundo o CEO da Amcham, Abrão Neto, em entrevista ao CNN Money, o impacto dessa medida se estenderia a mais de 3,2 milhões de empregos no Brasil, revelando a dimensão das possíveis consequências econômicas.

As exportações brasileiras para o mercado americano têm papel crucial no setor de alta tecnologia.

“Os Estados Unidos representam 50% de todas as nossas exportações de bens de alta intensidade tecnológica. Então, um aumento [das tarifas] nessa magnitude teria o condão de quase inviabilizar uma parte relevante das exportações brasileiras”, disse Neto.

Esse cenário afetaria diversos setores da economia nacional, como o agropecuário e industrial, na avaliação do CEO da Amcham.

O impacto das novas tarifas seria sentido em múltiplos setores, incluindo o industrial, agropecuário e toda a cadeia produtiva brasileira. A medida poderia prejudicar não apenas as empresas exportadoras, mas todo o ecossistema econômico que depende dessas operações comerciais.

Reflexos na economia americana

As exportações brasileiras também desempenham papel fundamental na economia americana, fornecendo insumos essenciais para o processo produtivo e produtos para o consumidor final.

Produtos como suco de laranja e café, presentes diariamente na mesa dos americanos, são majoritariamente exportados pelo Brasil, assim como o aço, aeronaves, máquinas, equipamentos e materiais para a construção civil.

Com informações de G1 e CNN
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