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A morte da jovem de 20 anos, durante um assalto em Sapopemba, na Zona Leste de São Paulo, no sábado (1º), chocou o país pela brutalidade. A jovem foi atingida por um tiro na cabeça na frente do pai e do namorado, após cair em uma emboscada armada por criminosos que se passaram por compradores de um drone.
O equipamento, avaliado em R$ 27 mil, seria vendido por Beatriz e seu pai, Lucas Munhoz, que vieram de Sorocaba, no interior paulista, para realizar a entrega. De acordo com o boletim de ocorrência, o falso comprador havia combinado o pagamento via PIX, mas, ao chegar ao local, os três foram surpreendidos por dois homens em uma moto.
O pai da vítima e o namorado estavam fora do carro, enquanto Beatriz permaneceu no interior do veículo. Em um ato de desespero, ela usou spray de pimenta contra um dos criminosos, que reagiu com um disparo certeiro na cabeça da jovem. Ela morreu na hora, sem chances de socorro.
Pai desabafou morte da filha
O pai da vítima contou em entrevista que os ladrões não demonstraram qualquer compaixão, mesmo após receberem os objetos de valor. “Foi uma emboscada, foi um golpe, mas a gente tinha entregue tudo, por que o cara atirou na cabeça da minha filha?”, questionou Lucas, inconformado com a crueldade do crime. Os criminosos fugiram levando o celular do pai, e imagens de câmeras de segurança da rua registraram a ação.
Investigação de latrocínio
A Polícia Civil de São Paulo investiga o caso como latrocínio, que é o roubo seguido de morte. As investigações estão sob responsabilidade da 8ª Central Especializada de Repressão a Crimes e Ocorrências Diversas (Cerco), que busca identificar os autores do crime. O vídeo da execução será usado para ajudar na localização dos suspeitos, que continuam foragidos.
O velório e sepultamento de Beatriz Munhoz acontecem nesta segunda-feira (3), no Cemitério Consolação, em Sorocaba, cidade onde ela morava com a família. Amigos e parentes se despedem da jovem em clima de profunda comoção.
De acordo com o relato do namorado à Polícia Civil, a família havia saído de Sorocaba, no interior de São Paulo, em direção à capital para entregar um drone que havia sido negociado para uma pessoa que moraria no endereço combinado.
Enquanto aguardavam, dois homens chegaram em uma moto perguntando sobre o drone e anunciaram o assalto. Foi quando a família percebeu que era uma emboscada. Nesse momento, a jovem saiu do veículo e disparou gás de pimenta contra um dos assaltantes. O criminoso reagiu e atirou à queima-roupa na cabeça dela.
Após o disparo, o namorado tentou impedir a fuga do assaltante segurando a bolsa térmica de entregador que ele usava, mas o criminoso conseguiu se soltar, abandonou o objeto e fugiu com o parceiro. Os bandidos levaram um celular.
O caso foi registrado como latrocínio (roubo com resultado morte) no 69º Distrito Policial (Teotônio Vilela). A polícia investiga o caso e tenta identificar e prender os criminosos.
Na tarde deste domingo (2), o pai da vítima publicou um vídeo na rede social da jovem e lamentou a perda da filha.
“Eu sou Lucas, sou o pai da Bia. Desculpa estar avisando vocês assim. A gente perdeu a Bia. Ela foi morta a tiros em São Paulo. Ai… Que crueldade que fizeram com a minha pequena. Vocês sabem como que ela era. É uma pessoa do bem, ela me ajudava demais, demais”, relatou Lucas Munhoz.
Muito emocionado, ele contou que entregaram tudo que os assaltantes pediram, “mas, mesmo assim, eles deram tiro na cabeça dela”.
Ele lamentou a morte da filha e cobrou respostas do governo em relação à segurança pública.
“Levaram a minha pequena. A minha filha não ‘tá mais entre nós. A gente não pode deixar isso impune, senhores, não pode. O governo tem que fazer alguma coisa. A polícia tá fazendo o trabalho dela, mas isso não pode acontecer novamente com as pessoas, com um pai, com uma mãe. Um namorado, um irmão não merecem passar por isso. Vocês têm que ajudar”, completou.
Fonte: G1 e SBT
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