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Enquanto o Brasil está no alvo da metralhadora tarifária de Donald Trump, a Índia tenta se proteger da reação do presidente americano contra integrantes do Brics, do qual também é membro-fundador.

Os Estados Unidos estão trabalhando em um acordo comercial provisório com a Índia, que pode reduzir as tarifas propostas para menos de 20%. Esta compreensão posicionaria o país do sul asiático em uma posição mais favorável em relação a outras nações da região. As informações foram divulgadas pela Bloomberg.

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O presidente dos EUA rotulou o grupo de países em desenvolvimento de “antiamericano” e o acusou de tentar minar o papel do dólar como principal moeda do mundo. Trump alertou, repetidamente, sobre uma tarifa de 10% sobre todos os 10 membros do Brics, incluindo a Índia, — mesmo ao afirmar que um acordo comercial com Nova Déli estaria próximo.

A perspectiva do líder dos Estados Unidos é a de que o Brics pretende enfraquecer a hegemonia do dólar norte-americano, contudo, tal não é a finalidade da Índia, afirmaram as autoridades, que solicitaram anonimato em virtude da natureza confidencial das conversações. Lula falou claramente em favor de transações comerciais com moedas nacionais, mas a Índia diz que não apoia iniciativas para uma moeda única do Brics, e qualquer participação em acordos comerciais em moeda local visa apenas reduzir riscos, disseram as autoridades.

A Índia não espera ser cobrada por tarifas adicionais — uma situação distinta de várias outras nações que receberam notificações semelhantes nesta semana. De acordo com a publicação, o acordo precisa ser feito por um aviso público. Porém, o momento exato de quando isso vai acontecer ainda não é certo. O acordo provisório permitiria que as negociações seguissem, dando à Índia a chance de resolver questões pendentes antes de um acordo definitivo.

Os Estados Unidos estão trabalhando em um acordo comercial provisório com a Índia, que pode reduzir as tarifas propostas para menos de 20%. Esse entendimento colocaria o país do sul da Ásia em uma posição mais vantajosa em comparação a outras nações da região. As informações foram divulgadas pela Bloomberg.

A Índia não espera ser cobrada por tarifas adicionais — uma situação distinta de várias outras nações que receberam notificações semelhantes nesta semana. Segundo a publicação, o acordo deverá ser formalizado por meio de um comunicado público, embora o momento exato da divulgação ainda não esteja claro. O acordo provisório permitiria que as negociações seguissem, dando à Índia a chance de resolver questões pendentes antes de um acordo definitivo.

O acordo comercial deve estabelecer uma tarifa básica abaixo de 20%, ao contrário dos 26% inicialmente sugeridos. No entanto, essa fórmula permitiria que ambas as partes continuassem discutindo a taxa no contexto de um pacto final. O cronograma para o acordo ainda é incerto.

Se concretizado, a Índia se juntaria a um grupo restrito de países que conseguiram fechar acordos com o governo Trump. O presidente dos EUA surpreendeu vários parceiros comerciais ao anunciar tarifas que podem chegar a 50%, com um prazo final de 1º de agosto para a implementação.

Por enquanto, o Ministério do Comércio e Indústria da Índia, a Casa Branca e o Departamento de Comércio dos Estados Unidos não emitiram declarações sobre as negociações.

A Índia busca um acordo com condições mais favoráveis do que aquele assinado com o Vietnã, que inclui tarifas de 20% sobre as importações. No entanto, o Vietnã foi surpreendido por essa taxa e continua tentando renegociá-la. O Reino Unido é o único outro país que teve um acordo anunciado por Trump até o momento.

Na quinta-feira, Trump afirmou à NBC News que está considerando tarifas de 15% a 20% para a maioria dos países ainda não informados sobre suas taxas. A tarifa mínima global atualmente é de 10% para quase todos os parceiros comerciais dos Estados Unidos.

Até agora, as tarifas impostas a países asiáticos variam de 20% (para Vietnã e Filipinas) a 40% (para Laos e Mianmar).

A Índia foi uma das primeiras nações a procurar a Casa Branca para iniciar as negociações comerciais neste ano, mas nas últimas semanas surgiram tensões nas discussões. Embora Trump tenha declarado que um acordo com a Índia está próximo, ele também ameaçou aumentar as tarifas sobre a participação do país no grupo BRICS. Em breve, uma delegação indiana deve visitar Washington para avançar nas negociações.

A Índia já fez sua proposta final ao governo dos EUA, deixando claro quais são os limites para um possível acordo, segundo a Bloomberg.

Nesta quinta-feira, 10, o presidente Lula reagiu à decisão de Trump e declarou, em entrevista ao Jornal Nacional (da TV Globo), que o Brasil pode aplicar a lei de reciprocidade para a tarifa de 50% anunciada pela Casa Branca.

“Não perco a calma e não tomo decisões com 39 graus de febre. O Brasil utilizará a Lei da Reciprocidade quando necessário e vai tentar com a OMC e outros países tomar uma posição para saber quem está certo ou errado”, disse Lula na entrevista. “A partir daí, se não houver solução, vamos recorrer à reciprocidade, já em 1º de agosto quando começa a taxação do Brasil. Nós não queremos brigar com ninguém, queremos negociar. E queremos que sejam respeitadas as decisões brasileiras”.

Apesar de alguns avanços, as duas nações ainda não chegaram a um consenso sobre questões sensíveis, como a exigência dos EUA de que a Índia abra seu mercado para culturas geneticamente modificadas, algo que Nova Déli rejeita riscos para seus agricultores. Outras questões, como barreiras não tarifárias no setor agrícola e processos regulatórios no setor farmacêutico, também permanecem sendo pontos de discórdia.

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