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O preço do ovo no atacado registrou uma alta de mais de 40% em fevereiro em diversas regiões produtoras do país, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea – Esalq/USP).

Especialistas dizem que o aumento é impulsionado pelo custo do milho, calor intenso e demanda aquecida na Quaresma, os 40 dias que antecedem a Páscoa.

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A alta é impulsionada por custos de produção elevados, demanda interna crescente e exportações em expansão, criando um cenário de pressão no mercado. Em algumas regiões, como Minas Gerais, o aumento chega a 60% em comparação com o ano anterior.

Fatores que impulsionam o aumento

O principal motivo para a alta no preço dos ovos está no encarecimento da produção. Insumos como o milho e a soja, essenciais na alimentação das aves, sofreram reajustes, elevando os custos para os produtores.

Além disso, a demanda interna cresceu expressivamente, já que os ovos se tornaram uma alternativa mais acessível frente ao aumento dos preços das carnes. Com mais pessoas consumindo o produto, a oferta não consegue acompanhar, o que impulsiona os preços para cima.

Segundo produtores, o preço deve se “normalizar” até o fim da Quaresma. Nesse período, os católicos costumam diminuir o consumo de carne vermelha e aumenta a demanda por ovo. Por outro lado, economista aponta que a forte demanda pode continuar após esse período.

Quaresma, custos de produção e clima

A Quaresma é um período de 40 dias que antecede a Páscoa. Nesse período, os católicos costumam diminuir o consumo de carne vermelha.

Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), é normal que o preço do ovo aumente antes e durante a quaresma, já que, nesse período, “há uma substituição do consumo de carnes vermelhas por proteínas brancas e por ovos.

Tabatha Lacerda, diretora administrativa do Instituto Ovos Brasil (IOB), diz que isso, de fato, costuma acontecer, mas que a alta de preço pré-Quaresma veio um pouco antes do esperado.

Exportações em alta, impacto no mercado interno

As exportações brasileiras de ovos tiveram um crescimento significativo em janeiro de 2025. O país embarcou 2.357 toneladas, registrando um aumento de 22,1% em relação ao ano anterior. A receita com as vendas internacionais também subiu 22,8%, chegando a US$ 4,186 milhões.

Os principais destinos dos ovos brasileiros incluem Emirados Árabes Unidos, Serra Leoa, Estados Unidos, Japão e México. Apesar do avanço nas exportações, elas ainda representam menos de 1% da produção total, o que minimiza seu impacto direto nos preços internos.

Consequências para o consumidor

O aumento expressivo nos preços dos ovos preocupa os consumidores, principalmente os de baixa renda, que dependem desse alimento como uma fonte acessível de proteína. Com o reajuste, o poder de compra da população diminui, exigindo adaptações no consumo e até mesmo na substituição do produto em algumas famílias.

Mesmo com o crescimento das exportações, os especialistas apontam que o maior peso na alta dos preços ainda vem da pressão interna, combinando custos de produção elevados e uma demanda aquecida.

A tendência para os próximos meses dependerá da oscilações no preço dos insumos, da oferta e da manutenção da demanda interna e externa. Enquanto isso, o consumidor segue sentindo o impacto direto dessa valorização no dia a dia.

Preço vai baixar depois da Quaresma?

Os produtores representados pela ABPA esperam que o preço do ovo se normalize até o fim da Quaresma.

Mas o analista da Safras & Mercado Fernando Henrique Iglesias diz que isso não é uma garantia. Isso porque, em sua avaliação, mais que o “efeito Quaresma”, o que tem sustentado a forte demanda por ovos é o aumento dos preços das carnes bovinas, de frango e suínas.

Quando a inflação desses alimentos aumenta, é comum que o consumidor opte pelos ovos.

Com informações de G1

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