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WASHINGTON, EUA — Um grupo bipartidário de senadores norte-americanos protocolou, nesta quinta-feira (18), um projeto de lei com o objetivo de revogar as tarifas comerciais impostas aos produtos brasileiros — medida vista como um gesto de distensão nas relações econômicas entre os dois países.
A iniciativa, que ainda precisa passar por votações no Congresso, sinaliza uma possível mudança na política comercial dos Estados Unidos em relação ao Brasil, especialmente após meses de tensões provocadas por barreiras tarifárias que impactaram setores como o siderúrgico, agrícola e de manufaturados.
O texto da proposta, ainda em fase inicial, argumenta que a manutenção dessas tarifas prejudica não apenas os exportadores brasileiros, mas também indústrias norte-americanas que dependem de insumos vindos do Brasil. “Essas tarifas são contraproducentes. Elas encarecem a produção aqui dentro e minam parcerias estratégicas com um dos maiores mercados da América Latina”, afirmou um dos senadores autores da proposta, que pediu anonimato durante as negociações iniciais.
A Casa Branca ainda não se posicionou oficialmente sobre o projeto, mas fontes do Departamento de Comércio indicam que o tema está sendo avaliado com cautela, especialmente diante da proximidade das eleições legislativas nos EUA. Do lado brasileiro, o Ministério da Economia e a embaixada em Washington já manifestaram apoio à iniciativa, classificando-a como “um passo importante para a normalização do comércio bilateral”.
Especialistas destacam que, se aprovada, a medida pode abrir caminho para novas negociações comerciais entre os dois países, incluindo acordos de facilitação de exportações e cooperação em setores como energia limpa e tecnologia. A revogação das tarifas também seria um alívio para empresas brasileiras que enfrentam custos elevados para acessar o mercado norte-americano — o segundo maior destino das exportações brasileiras.
O projeto agora segue para análise nas comissões de Finanças e Relações Exteriores do Senado, onde deverá enfrentar debates acalorados — especialmente entre parlamentares que defendem protecionismo industrial. A expectativa é que o texto entre em votação ainda no segundo semestre de 2025.
Se aprovado, o Brasil poderá respirar aliviado: o fim das tarifas representa não apenas uma vitória econômica, mas também um recomeço nas relações comerciais com seu principal parceiro no Ocidente.